Irrealidades.

Domingo como vocês sabem é dia de praia..é dia de esplanada..é dia de não fazer nada. Este domingo foi dia de trabalho, não muito.. um bocadinho só.. Ainda deu para ir à esplanada ao fim da tarde :)

A praia mais perto de casa é a “Praia do canhão” que tem este nome porque tem um canhão antigo pra lá enterrado na areia. Como é a praia mais próxima da cidade, é a que tem mais afluência de locais, muitos muitos, juntam-se em grupos enormes e “chupam” cuca atrás de cuca a tarde toda. Há sempre zaragatas. Sempre.

No regresso a casa, proximo do cruzamento de entrada para a cidade uma operação STOP. O colega que ia a conduzir não se apercebeu que o policia mandou parar e foi brindado com uma cacetada no carro para acordar. Atrás, outro colega foi mandado parar também..e com a carta internacional caducada estava complicado de dar a volta ao policia.. Os carros conduzidos por angolanos que iam chegando encostavam também..um lembrou-se de fazer meia volta volta e voltar para trás..e um dos policia correu e gritou mas não conseguiu apanhar o gajo..

Passado mais um bocado vem outro..que faz de conta que vai parar e de repente desvia para a esquerda..um dos policias não tem mais nada e manda uma rajada de AK47 para o carro..o que funcionou..porque efectivamente o carro parou.

No banco de trás iam 3 raparigas dos seus 18/20 anos..uma delas foi atingida por uma  bala e outra por uns estilhaços de vidro.. Começam berros e gritos, os policias todos nervosos pegam nas raparigas, e metem-nas no carro do colega da soares da costa que estava com a carta caducada “Pula, conduz”.

O colega ligou 4 piscas, buzinadelas a torto e a direito, meio da rua, faixa contrária, a caminho do hospital do Soyo com as raparigas sempre aos gritos a desesperar atrás. Chegam ao hospital, vem o médico ver o que se passa com a gritaria e diz..

“não vale a pena gritarem nem terem pressa..nem linha temos para coser..sentem-se prai”

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